São títulos enganadores e classificações idiotas. «Geschlecth in Fesseln», um filme alemão realizado e protagonizado por Wilhelm Dieterle e realizado em 1928 aparece em algumas fontes sobre cinema classificado sobre a homossexualidade nas prisões. É tudo menos isso ou quase.
A narrativa prende-se com a fidelidade de uma mulher a um marido preso. Toca de modo mais do que subtil uma possível carícia entre o preso e um outro companheiro de cela.
Desenvolvendo-se numa lógica de angústia, culpa e expiação, num contexto social em que o desemprego e as dificuldades financeiras dão um ligeiro contexto, a narrativa termina com um suicídio do casal, morte conjunta como a de Stefan Zweig e sua última mulher.
Película ingénua, em cinema mudo, a viver dos efeitos visuais e da melhor expressão - o seu realizador trabalhou com Murnau - , não há nele nada de importante a contar.
O título em português Sexo Acorrentado, que vem, aliás, na peugada da titulação em outras línguas - Sex in Chains na versão inglesa - sugere algum fetiche sado-maso. Mas no fundo trata-se da história convencional de uma questão séria, em que com boa vontade se pode ver um perfume freudiano.
Púdico o que nele se conta é o efeito da ausência de carinho e de companhia. Nele, a palavra sexo está a mais. Mas o título alemão já é assim, a falar de carne e não de alma. Foi esta noite, na Cinemateca.