Não tenho razão, nem posso ter razão, é imperdoável este modo de pensar, mas é assim que sinto. Não consigo encontrar na poesia do Sebastião da Gama nada que hoje me apeteça referir. Nem no Diário de professor. Fico com a sensação que fui buscar os livros à estante para dizer isso. Mas ainda folheei para evitar dizê-lo.
Talvez amanhã, ou outro dia, com a Arrábida em fundo, seja possível encontrar-se nas quadrinhas populares ou nas estrofes sentimentais e mesmo na adoração poética ao Senhor Deus e ao Menino Jesus algo para referir. Hoje seguramente não. E não há poesia que resista a um mau momento para a ler, mesmo a excelente poesia.
Sebastião Artur Cardoso da Gama. Morreu em 1952 no Hospital de São Luís. Como Almada Negreiros e antes dele Fernando Pessoa. Fui tentar fazê-lo reviver. Hoje, porém, não consigo.