Disseram-me que eu deveria ler o Stieg Larsson, mas eu ainda não tive tempo para o ler. Mas hoje porque acordei cedo vi no Diário de Notícias que «A família do falecido escritor sueco Stieg Larsson - autor da trilogia Millennium, êxito de vendas em todo o mundo - anunciou ontem ter proposto um acordo à ex-companheira do autor, Eva Gabrielsson, envolvendo uma quantia de cerca de dois milhões de euros para pôr um ponto final no conflito que os opõe. Recorde-se que até ao momento é o pai e o irmão de Larsson que estão a receber os direitos de autor, o que tem sido contestado pela ex-companheira».
E agora, até se desfazer esta sombra funerária e seus abutres hereditários, como irei lê-lo quando, mesmo sem tempo, me apetecer ler?
Talvez os direitos de autor devessem fugir às regras das heranças e suas vergonhas. Em nome do respeito ao criador, a propriedade e suas sequelas envergonhavam-se ao menos por um instante. Há muito quem precise, autores tantos que, antes do Panteão da Glória, em vida comem o pão que o Diabo amassou.