Em Belle du Jour todos os homens são nojentos, todas as mulheres putas. Passados estes anos o filme surge inevitavelmente datado. Une femme de societé que se prostitui sem razão, uma frígida que a violência erotiza, um marido cuja complacência faz de amor e no final ressuscita parece que oniricamente. Ah! E o aflorar de um beijo entre ela e a «patronne». Freud e Sade em versão bistrot.
O cinema francês torna-se irritante quando é petulante. Nele, por vezes, as pretensões intelectuais são uma forma de ser afectada e maneirista, tal como a sua fonética feita de ditongos labiais. É preciso pachorra. Houve um tempo em que o ridículo tinha iluminação feérica, como a Place Pigalle.