Lembrei-me dela porque mão amiga me fez chegar este link sobre um portal da língua portuguesa, agora que com o chamado Acordo Ortográfico começo a ter fundadas dúvidas sobre o que seja a língua portuguesa. Ensinava a língua de Portugal a meninos de Macau. Tentava entender-se com o que seriam erros europeísticamente falando. Às tantas já nem sabia se seria capaz de falar a sua língua.
Escreveu um livro de pequenas histórias. Numa delas a professora recebe uma redacção que dizia achinesadamente «amanhã vou passear, vou brincar, vou jogar, vou comprar». Assim mesmo com o verbo comprar conjugado intransitivamente, para além de qualquer ditame da gramática.
Está certo. Nós quando vamos às compras compramos ou não compramos, o ir às compras é por vezes a oportunidade, comprar um pretexto. Eles quando vão comprar é mesmo para comprar, tal como quando se joga joga-se, quando se brinca brinca-se.
A minha Pátria é, de facto, a Língua Portuguesa, mesmo na longínqua China que nos redescobre.
Chama-se Natividade Ribeiro, o livro tem por título Nada, nada professora.