As Artes Entre as Letras dedicou largo espaço deste seu último número aos 90 anos de idade de Agutina Bessa-Luís. Autora de tanto livro esgotado, ela que aquilo para que nasceu foi para escrever.
A propósito disso mesmo Isabel Ponce de Leão escreve o que me permito citar pois que sintomático e exemplar: «Quando foi anunciada a publicação da Opera Omnia - edição ne varietur das obras completas de Agustina - pela Guimarães Editores, chancela da Babel, já o acesso a certos volumes era praticamente impossível e, faltando-me alguns, dirigi-me alegremente à editora, no Edifício da Biblioteca Nacional e, avisadamente, comprei e paguei antecipadamente a obra completa que ficou de me ser enviada à medida que os diversos volumes fossem publicados. Corria o ano de 2008 e fui informada que a obra completa seria publicada aproximadamente até 2010, De facto, desde 2010 que não recebo qualquer volume nem satisafção, mas o número de volumes recebidos quedou-se em dez...sendo como é, a obra de Agustina composta por cerca de uma centena de títulos».
O trecho citado dispensa comentários pela corajosa clareza. Fica a questão enunciada e a dúvida em aberto: que irá suceder ao resto da obra, cujos direitos foram adquiridos e corre o risco de não ver, nesta edição, a luz do dia?
No mesmo jornal perguntada sobre «em que que ponto se encontra a reedição da obra completa de Agustina Bessa-Luis?» responde sua filha a escritora Mónica Baldaque: «a retomar em breve.»