Chamava-se João Francisco de Barbosa Azevedo de Sande Aires de Campos, mas passou para a História pelo seu nome literário, o de João Ameal.
Não vem ao caso entrar na questão de saber se o alinhamento política da criatura contamina a qualidade do seu trabalho, como muitos gostariam de postular. Legionário, monárquico, integralista, realista e tudo.Assim foi.
Ao caso vem, sim, que encontrar num alfarrabista a preciosidade de um seu autógrafo.
O livro escrito a meias com Luís d' Oliveira Guimarães - também jurista e jornalista - chama-se As Criminosas do Chiado. Vai além do romance do cordel, mas é o estilo folhetinesco que lhe marca o tom. São aparas do que, em estilo humorístico, fora escrito na revista O Chiado, editada um ano antes. É a demonstração de que aquela zona chic da vida lisboeta estava infestada de elegantes amigas do alheio. En bref, a gatunagem no feminino.
A obra traz data de 1925.É precisamente o primeiro exemplar, editado em 1925, por João Romano Torres, filho do decano dos tipógrafos portugueses.