Pavorosos na maledicência, certos críticos. Era de bom tom apoucar a biografia de Fernando Pessoa escrita pelo seu contemporâneo João Gaspar Simões.
Agora que foi publicada a versão portuguesa do monumental esforço biográfico da autoria de Richard Zenith, à falta de melhor há quem o acuse de nada trazer de original e valia sim tinha o outro.
Lendo, como estou a fazer agora e desde há dias, nota-se a mentira daquela ressabiada proclamação. Infelizmente quem lê críticos não lê os criticados. Pior: refastela-se no escárnio e fica-se por aí.
Leio, dizia: comecei a mais de meio do livro o que é a minha forma de ler biografias. Está aí o biografado na idade em que julguei conhecê-lo, teria eu vinte anos. Quando chegar ao fim, e levarei muito tempo por ter pouco tempo, irei ao início, ao início da criatura.