Esta escrita, tal como a vida que ela parasita, tem com os cogumelos uma extraodinária semelhança: vegeta no escuro e alimenta-se de putrefacção. Literatura excrementária, é frequentemente venenosa, por vezes alucinogénica. Pior ainda, espraia-se como tortulhos, prolifera como míscaros, nos cascos podres das árvores. Ela simboliza o que não há, supre o que falta, simula o que existe. A sua ontologia é uma mitologia, a de que escrevendo, sobrevivo.