Apresentei-lhe um livro, em Faro. Era visita regular dos meus blogs quando eu tinha muitos blogs. Vimo-nos pela última vez quando daquele seu livro sobre os voos clandestinos da CIA. Chegou com os filhos. Impressionou-me. Estavam de mão dada, como se quisessem ter-se cada instante de todo o tempo. Já não havia todo o tempo. Os estigmas da doença estavam todos ali, a assinalarem a posse da morte sobre a sua pessoa. Sorria, porém, um imenso sorriso e a capacidade de saber rir. Morreu e tinha quarenta e oito anos. Morre tanto do que poderia ter vivido que a alegria só pode ser uma revolta contra Deus.