Acabei de o ler, agora com o fim da madrugada e a chegada de um dia de chuva, o termómetro na rua a marcar treze graus quando há uns dias marcava cinco e parece que o mundo iria gelar. Li-o ao livro notável La Loca de la Casa de Rosa Montero. Começou entretanto a chover.
Um livro que poderia ser tautológico, uma escritora a escrever sobre a escrita. Mas que é um ensaio sobre a paixão. Um livro que lês quando escreves e devias ler quando lês.
Quando se lê um livro até ao fim e este lê-se na totalidade, arrastado o leitor pela apetitosa narrativa, detectam-se minúcias e recantos maravilhos. A história do enamoramento por M., como máximo exemplo, duas vezes contada e real mas talvez em nenhuma mais verdadeira do que a imaginada: na página 32 em diante e em retorno na página 218.
Li-a a essa história de enamoramento, com a aflição de quem quer para ela um final feliz. Há sempre um momento em que o leitor se tornou na personagem e deseja emendar quanto a vida escreveu. Rosa Montero, obrigado. Fiquei agora sem mais nada para ler.