Não sei o que se passa. Muitos blogs sobre livros estão parados. Ou os seus autores não estão a ler ou não têm tempo ou paciência para escrever. Apesar de tudo o que possa parecer por causa dos que estão por aqui dia e noite, a blogoesfera não é a vida. Há, por isso, cadeiras vazias, computadores à espera.
Também eu quase não tenho lido, nem tenho vindo aqui deixar nota alguma da escassa leitura. Mesmo em matéria de escrita ando absolutamente relapso, apesar de haver em alguns casos compromissos assumidos, a chamada escrita por obrigação.
Quanto à escrita voluntária, a que surge sem se pensar nisso porque se sentiu isso que é o seu tema ou o seu pretexto, também está parada.
Por vezes lê-se o livro que se iniciou para se tentar ganhar ânimo para reiniciar ou lembrar onde se interrompeu. Mas não é assim que as coisas acontecem sempre, pois há o errático, sem nexo, o inesperado e o disperso, mesmo quando com organização.
Por outro lado há quem escreva não sei quantas horas por dia, há quem escreva um romance por ano. São os chamados escritores.
Comigo os números são outros: é só uma vida por existência, um só e mesmo livro que vou revendo até que um dia sem ter dado conta se chegou ao ne varietur por já não ser possível emendar o que seja, o estilo, a semântica, a grafia, o tema da capa ou a vontade de o dedicar. Por isso evito reler para não ter de me reescrever.