Hesito sempre em usar os meus espaços para falar das minhas coisas. E haja quem explique este atavismo. Talvez não pareça que isso é assim, porque escrevi um romance e dei aqui notícia dele; apresentei-o ao público e ficou aqui notícia do facto. Além disso na lateral deste blog está menção aos livros que escrevi e a uma editora que decidi criar.
Há, porém, algo que estas referências omitem: a dúvida com que tudo isso acontece, talvez um pouco menos do que um sentimento de pudor.
Desta vez a mesma sensação ao anunciar que vou a Faro porque o Nuno Júdice apresenta aquele romance que é a minha estreia no género.
Haveria razão para que eu não o dissesse? Talvez não haja. Tenho vergonha? Não, tenho orgulho. Devo alguma coisa a alguém? Só aos meus credores. Porque vim aqui escrever isto? Porque cada vez que falo de mim penso sempre que há o risco de quem lê pensar em outra coisa.
Blog de leitores, este, acho, enfim, que ele pode ser também das coisas que leio por tê-las escrito. Não como excepção, mas por haver uma regra geral.