Um pouco mais contido na adjectivação, é o mesmo Luiz Pacheco, o de sempre, a lembrar-nos os seus Textos de Guerrilha, editados em 1979, livro onde conta a lista dos ilustres artistas convidados pelo então Presidente da República para um jantar no Palácio de Belém. Só que com um pormenor provocatório: o Venerando anfitrião era o almirante Américo Tomás, que o 25 de Abril apeou de Presidente; o convidado o cineasta Manuel de Oliveira [mais tarde crismado como Manoel de Oliveira] o mesmo que, provocatoriamente também, em Non ou a vã glória de mandar, ligaria o 25 de Abril a Alcácer Quibir. Aparte fantástico: no filme Conversa Acabada o realizador João Botelho mascara o Pacheco como Fernando Pessoa «moribundo e logo esticado, com o Manoel de Oliveira, padreca, a rezar-me o responso, num latim esgosmado». É caso para dizer, «alma encomendada, alma ressuscitada».