Vim para encontrar o meu Eça de Queiroz, controverso, o das Cartas de Inglaterra, certeiro no que observa, o coração dorido ante a miséria e o egoísmo, ante a fome na Irlanda, a depredação no Afeganistão. Não o levei para férias porque a edição é antiga e haveria o risco de o papel de 1945 não aguentar a contemporaneidade da praia, o conteúdo do escrito, esse, resistiu à usura do tempo. «O esforço humano consegue, quando muito, converter um proletariado faminto numa burguesia farta; mas surge logo das entranhas da sociedade um proletariado pior. Jesus tinha razão: haverá sempre pobres entre nós. Donde é a prova que esta humanidade é o maior erro que jamais Deus cometeu».