Vi anunciada uma Feira do Livro. Claro que a não perderia. Abriu hoje. Passei, passeando, pelos seus pavilhões, afinal para me entristecer com a penúria. Eu bem sei que não estamos numa grande capital, mas apesar de tudo estamos em Tavira. Eu bem sei que as pessoas lêem pouco, mas não tão pouco. E depois estamos no Algarve e há escritores algarvios e seguramente uma Câmara Municipal com um pelouro de cultura. Mas era o deserto. No meio desta pobreza, sorrateiro, escapulia-se um ratoneiro de livros. Duvido que fosse para ler o que furtava por não ter meios. Talvez haja quem lhos compre. Sempre dá uma réstia de esperança. Mesmo no mercado dos receptadores, que ao menos a cultura triunfe.