Fui buscá-lo, com saudades, porque há tanto tempo que o tinha deixado. Como sublinho quando leio, foi-me fácil retomar, mas percebi que tinha de reatar o fio à meada. Não que na ficção história interesse assim tanto, mais importa o modo de contá-la, mas eu não encontrava outra forma de saber quem era o Edmundo com quem o Sérgio falava e tinha anotado a lápis que o Flávio era o narrador. Aqui estou de novo com a Promessa o romance inédito do Vergílio Ferreira. Noto que os meus olhos estão piores de tantas horas de computador. Esforço-me por ler e leio e maravilho-me. Terminei o capítulo quinto. Tinha ido à rua apanhar sol e vim iluminado de Literatura: «devemos ir sempre mais longe até onde já não entendamos, pressentindo, todavia, que ainda se pode continuar a explicar».
sábado, 25 de setembro de 2010
sábado, 18 de setembro de 2010
Depois do smog
Há quanto tempo não lia. Nem os livros que estão para acabar de ler, nem os que mandei vir para começar a ler, nem sequer aqueles que sei não serei capaz de ler. Nada. Só leitura forçada, funcionária. Trapo!
Hoje voltei ao ritual. Levei comigo para a cafetaria da Gulbenkian o Londres e Companhia do Luís Amorim de Sousa. Já aqui falei dele, autor, a propósito do Alberto Lacerda, que «desencantou» o título. Fantástico verbo «desencantar» querendo dizer descobrir, "desenrascar" essa virtude tipiciamente portuguesa.
Observando-os, aos ingleses, perdidos no meio do fog, à chuva, ao frio e ao vento, comenta o autor: «e estes tarados com a mania do ar livre. Isto é uma tara! Isto é uma aberração».
Lido isto voltei para casa porque o tempo está feio e ameaça chover.