domingo, 25 de dezembro de 2005

Amar

Havia-os em todas as casas dos anos quarenta, com aquelas capas que hoje ressuscitaram para o bom gosto, os livros do Stefan Zweig. Alguém disse outro dia que ele era um escritor mediano. E, no entanto, este domingo de Natal a sua descrição de Sigmund Freud devolveu-me, enfim, a compreensão respeitosa pela escola psicanalista de Viena, o modo como ele comenta o Ulisses de James Joyce ensinou-me, enfim, o que é o génio de escrever. Um homem destes ama os livros. Sobre eles escreveu um agradecimento singular: "os livros esperam, em silêncio. Chamam, convidam-nos, mas não exigem". Só quem ama, respeitando-se, escreve uma coisa assim.