segunda-feira, 2 de janeiro de 2006
A definição de uma alma
Talvez porque o António Telmo fale no José Régio, dei comigo a ler-lhe o diário que o António Maria Lisboa, seu estudioso, compilou e que se chama «Páginas de um Diário Íntimo». E ali encontro a excepcionalidade de uma definição que em si contém, em extensão e densidade, todo o conteúdo de uma alma única: «eu sou, a meus próprios olhos, um doido que por acaso nasceu com juízo». Em Régio a neurastia é aparente, surge apenas como a obsessão da sua inquietude, o seu «furioso desejo de Nada».