domingo, 8 de janeiro de 2006
Sendo-se justo
Acabei, enfim, a leitura do «Diário» do José Régio. Hesitante quanto ao que pensariam os seus leitores sobre as pessoas quanto às quais ele formulava, nesse gotejar de pensamentos íntimos, opiniões tão vincadas e sobretudo em que medida se influenciariam irremediavelmente em função dos seus tão vivos juízos de desfavor, Régio prevenia quanto ao que havia de circunstancial nessas suas mordazes opiniões. Vítima de críticas nem sempre respeitosas, desabafou, entretanto, por escrúpulo, num momento de verdade que difícil é ser-se justo quando se é vítima de injustiça.