quinta-feira, 9 de fevereiro de 2006
Acaso
O acaso quis que eu soubesse, o que para muitos era óbvio, que Anrique Paço d'Arcos era o discreto irmão do conhecido Joaquim Paço d'Arcos, ambos escritores. E o acaso quis mais que eu hoje, refugiado num bar esconso, soubesse que dos poucos que acompanharam Teixeira de Pascoaes ao cemitério de Gatão, ele era um deles. Estive em Amarante, para saber que a casa do poeta é hoje um lugar de turismo rural. Tivesse ido eu ao epitáfio que, numa só frase simboliza o que dele resta, ao menos para ler o «apagado de tanta luz que deu, frio de tanto calor que derramou»! Mas o acaso não o quis, daí a minha intrínseca tristeza, essa forma melancólica de viver, connosco por companhia.