domingo, 18 de março de 2007
Confissões estúpidas de uma estupidez!
Não vejo televisão, agora quase nem leio jornais, tenho livros indispensáveis a meio, por ler, e outros, exigentes, a um terço, por escrever. Em alguns dias dou comigo inutilizado porque a tensão arterial resolveu disparar, sem eu compreender porquê, outros moído de dores que imagino serem reais, porque as sinto, imaginárias por já nem acreditar que tenham voltado. No meio de tudo isto deram-me ontem um convite para uma exposição sobre a vida e obra de Ruben A., na Fundação Gulbenkian. Descobri hoje, dia 18, ao lê-lo, que tudo foi no dia 15, no dia 16 e no dia 17. Nem sei em que vida estúpida estaria eu sufocado nesses dias que não fui a nada, nem que estupidez de vida me fez nem ter dado conta que isto estava a acontecer. Comprei, volume a volume, tudo o que ele escreveu; consegui mesmo encontrar a sua compilação dos arquivos da casa de Windsor e os novos arquivos da Casa de Windsor e mais os escritos sobre o D. Pedro V. Li-lhe o «Kaos» e hei-de ler a «Torre de Barbela». Num dos volumes do «Cores», porque, devido a um erro de encadernação tinha folhas repetidas em vez de folhas que ali faltavam, pintei a aguarelas o vulto de um «dandy» que nem sei quem é. Diga-se que eu não sei pintar a aguarelas. Não sei qual a estupidez que me faz não saber, mas de facto não sei. Coitado do Ruben A.: reunida que tenho a sua obra, lá lhe perdi a sua vida. Foi na Gulbenkian. Moro mesmo ao lado. Sou mesmo estúpido, reconheçam!