domingo, 23 de novembro de 2008
A luz nocturna
«Obrigado pela companhia que a sua escrita faz a tanta solidão», disse ela. Tímido, por ter diante de si a totalidade do mundo num só sorriso, embaraçado por nem saber como se agradece um tal favor de verdade, carregando agora o fardo pesado dessa inesperada importância, agradeceu. Tenta hoje lembrar-se como. Mas ficou só a luz nocturna da frase, esse farol a encandear os olhos. Hoje quando escreve já nem lhe dói o ser visto, sim o que os outros possam ver. Aconteceu isto há uns dias, como poderia ter acontecido em cada momento até agora que penso nisso.