quarta-feira, 23 de setembro de 2009

Suspiria, de Dario Argento



Uma academia de dança alemã que encombre um areópago de bruxas e se chama Erasmus de Roterdão. Uma vaga reminiscência do oculto que se vai intensificando. Uns quantos símbolos esotéricos entre os quais o inevitável olho no triângulo. Um odor a morte e a perigo.
Suspiria vale a pena pelo modo como Dario Argento gere o suspense, pela beleza de algumas imagens.Tem primarismos quando tenta alguns efeitos especiais, ingenuidades de representação, quebras de sequência. No final coloca-se a questão filosófica da verdade do Maléfico, do transcendente pagão como ramo da psiquiatria.
Lendo a explicação técnica percebe-se que a coloração muito contrastada resulta da junção de uma película de baixíssima sensaibilidade a um excesso de iluminação dos décors. Tipicamente alemães, aliás, bizarros.
O filme, rodado em 1976, seduz para além da história. É o mesmo com a excelente literatura: a narrativa é um incidente.
À saída um jovem dizia: «há uma cena que está cortada». Explicava qual. Fiquei fascinado. Em 1976 ninguém sonhava que ele viria a existir.