sábado, 22 de setembro de 2007
Rijo como um labrego
Parece que foi há um século que deixei de ler sem ser por obrigação.
Ontem à noite, com os olhos meios piscos, as letras a trocarem-se, tomei em mãos o Manuel Laranjeira, e de novo as suas «Cartas».
Já nem sei se foi este o último livro dos muitos cuja leitura interrompi, mas reencontrei-o numa carta a Ângelo de Almeida, desanimado, possuído da sua desolação infinita, em «apocalíptica lamentação», enfim o estilo decadente que lhe marca a patológica psicologia, numa sociedade mais doente do que ele.
Os meus amigos quando eu escrevo estas coisas pensam que por algum mimetismo eu estarei num estado semelhante, tal como naquela lei sociológica da imitação que já fez escola há umas dezenas largas de anos atrás.
Ah!, os meus amigos, aqueles que, a escreverem-me deveriam tal como ele desejou ao dito Almeida esperar encontrar-me «rijo como um labrego». Rijo e analfabeto, que as letras matam o corpo, fazendo o coração pensar e a cabeça sentir.
Ontem à noite, com os olhos meios piscos, as letras a trocarem-se, tomei em mãos o Manuel Laranjeira, e de novo as suas «Cartas».
Já nem sei se foi este o último livro dos muitos cuja leitura interrompi, mas reencontrei-o numa carta a Ângelo de Almeida, desanimado, possuído da sua desolação infinita, em «apocalíptica lamentação», enfim o estilo decadente que lhe marca a patológica psicologia, numa sociedade mais doente do que ele.
Os meus amigos quando eu escrevo estas coisas pensam que por algum mimetismo eu estarei num estado semelhante, tal como naquela lei sociológica da imitação que já fez escola há umas dezenas largas de anos atrás.
Ah!, os meus amigos, aqueles que, a escreverem-me deveriam tal como ele desejou ao dito Almeida esperar encontrar-me «rijo como um labrego». Rijo e analfabeto, que as letras matam o corpo, fazendo o coração pensar e a cabeça sentir.