Houve tempos em que uma amiga minha, investigadora desse instituto, ao ver-me sair da gare ferroviária naquele propósito, me perguntou, em francês, que era então a nossa língua franca, por causa do meu rudimentar alemão: «fragile, qui, vous?».
Hoje foi-se a caixa, que comprara no J. B. Fernandes, ali perto da Praça do Município, que também já fechou. Foi-se a minha amiga alemã. Foram-se as fichas bibliográficas. Foi-se mesmo o chegar a Freiburgo, a pé que seja.
Hoje é tudo na base do computador.
É por causa disso que de quando em vez perco tudo, mais do que perdia: a paciência por exemplo, sobretudo quando me dizem que o problema talvez seja da «motherboard» e de eu não ter feito «backup dos psts's no server».
Houve tempos em que eu escrevia à mão e tinha tempo e paciência para passar tudo a limpo, à máquina. Hoje é tudo mais «fragile», «trés fragile», como descobri ontem que, como se tocasse piano, reaprendi a falar francês. Só falta miar, porque de dores lombares, dizem que por causa da posição defeituosa ao computador, elas são de ganir!