terça-feira, 11 de dezembro de 2007
Erros na conjugação
Primeiro, a desdentação, grito de alerta nos carnívoros, fealdade facial no lugar da sua mais gritante evidência, a morte do sorriso natural, o mirrar-se uma pessoa engolfada nas entranhas ressequidas de si. Depois, o ranger da ossada, as dores persecutórias a todas as horas do dia e pesadelo companheiro da noite. Imobilizado o corpo, perdida a vontade de rir, resta o voo errático da alma, pelo devaneio de um resto de janela tristonha.
Primeiro, é não notar sequer quem são, depois é segui-las, figurinhas vibráteis de uma juventude que se soergue, soberba da glória carnal, leve na despreocupada forma de viver, adejante, a própria existência.
Um dia acorda-se a pensar de quantos adjectivos é feita a nossa indiferença, empedernidos os verbos, o futuro condicional pior ainda do que o pretérito imperfeito.