quinta-feira, 15 de setembro de 2005

Um pintor no Chiado

O homem passeia-se pelo Chiado, penso que pelos lugares onde o Santa-Ritta pintor, para enfurecer as madames, passeava não «lulu», pois o não tinha, mas escova de dentes atada à trela de um cordel. Tentando sacar uma esmolinha, repete lenga-lenga miserabilista, em que as palavras desempregado, e sero-positivo, uma moeda e qualquer coisinha para o jantar se misturam, numa litania em que penso nem ele próprio parece acreditar. Hoje cruzou comigo e, para além do que de habitual diz a todos, acrescentou «e o que o seu coração quiser dar». Ora eu, em matéria de coração, ia à beira de um ataque cardíaco!