terça-feira, 7 de fevereiro de 2006

Trabalhos manuais

A um tipo que tem a mania que escreve, convém comprar uns dicionários, para ir melhorando o seu vocabulário. Há uns dias lá trouxe para a minha estante que já se espalha pelo chão um «Novo Dicionário do calão» do jornalista Afonso Praça, que diz na capa, em estilo de desafio: «conheça a língua portuguesa na sua intimidade: da gíria ao jargão, do vernáculo ao simples palavrão». Com o pouco tempo que me persegue, lá o folheei apressado, para descobrir coisas óbvias como o «dar de frosques», para querer dizer fugir, e outras coisas com isso parecidas. Agora o que eu nunca tinha ouvido nem lido era que «tocar a furriéis» quer dizer masturbar-se e vá lá saber-se porquê! Ainda por cima dos meus tempos de soldado cadete, no quartel em Mafra, ainda me ficou o básico da «ordem unida», a instrução das continências, e mormente o momento grave e agora a propósito do «apresentar, arma!» e eis-nos, os do segundo pelotão da segunda companhia, com ela, hirta e empinada, a G3 segura na mão, em sentido, que no dizer aos berros do alferes «não mexe nem um pelo!». Mas agora com esta do «tocar a furriéis», o que me confunde, ainda na matéria da ordem unida, é aquela parte do «ombro, arma!». É que de facto, ou a coisa passa por artes de contorcionismo, ou então nem sei o que diga, que nem imaginar consigo, que até tonturas dá!