terça-feira, 14 de fevereiro de 2006

Um amor que mata!

Um homem que tem pouco tempo para ler, só pode gostar de livros de contos, por uma única razão: são fáceis de resolver. Em tempos comecei os «Contos Impopulares» da Agustina. Ora não é azar que, logo hoje, que é dia dos namorados, em que muitos masculinos se abeiram do ninho, arrulhantes, na ânsia de por um dia mostrarem ternura e florinhas às suas companhias, eu dei com este passo de um desses contos entre os muitos que me faltam lêr! E logo, e por isso vim aqui, aquele que dizia assim: «era uma mulherzinha miúda, quase linda, e cujo queixo agudo profetizava uma dessas azedas velhas borralheiras e aduncas, para as quais parece que a eutanásia foi inventada». Se algum leitor meu, lêr isto antes de ir ao encontro desta noite, peço, rogo e quase imploro que olhem, mirem e remirem, no alvo dos vossos encantos e amores, todas as minúcias etéras da alma, todos os rendilhados íntimos da sensibilidade, mas por favor, não no queixo agudo. É que há o grave risco, olhado o queixo agudo, de a noite vos terminar mal, muito mal mesmo!