domingo, 19 de agosto de 2007

A renovação do ser

Há o costume de no dia 31 de Dezembro se jogarem fora coisas velhas, de no primeiro dia do ano se ir almoçar fora, tudo esperanças de que o renovar do calendário traga novidade e, nas sociedades onde há pobreza, comida!
Há entre os orientais, o hábito de nesse dia comprarem um animal em cativeiro, como um pássaro numa gaiola, ou um peixe num aquário e darem-lhe a liberdade.
Há em mim o começar muitas vezes o ano sob o peso das amarras, na ânsia de me renovar: assim é no dia um de Janeiro, depois das férias de Verão, quando fico mais velho um ano, quando acordo de manhã bem disposto.
Hoje ouvi falar da beleza do mar e lembrei-me da sua eterna renovação. Por um instante quis ser o peixe ou o pássaro devolvido a todas as possibilidades do ser, que é, filosoficamente, a essência primária da liberdade.