domingo, 21 de dezembro de 2008

A Sibila

Impossível não se gostar da Agustina, mesmo apesar do que nela se detesta. Há uma genialidade que a habita e que toca de invulgaridade tudo quanto vê. A Guimarães tem vindo a reeditar agora os seus livros, em edições definitivas de uma beleza deslumbrante, em azul.
Estive esta manhã de sol com os escritos auto-biográficos. E li-a, desventrando-me, porque «assusta-nos o íntimo das nossas vidas, por passarem todas as portas sem pensar que elas se fecham para sempre atrás de nós. Não podemos voltar para compor o inacabado ou as palavras soltas ou a que faltou experiência».
É impossível não viver entre a solicitude e a gratidão ante uma mulher assim pois «com as mulheres tentadoras os homens são solícitos; com as virtuosas são agradecidos, que é um sentimento que dura uma vida».
Leva tempo, mas a leitura chegará ao fim, distraído eu também de «maiores realidades». Muito obrigado, Sibila.