sábado, 26 de novembro de 2005

Cerejas literárias

Exausto, fugi do quotidiano, na ânsia de tentar descansar. Trouxe-o, ao livro da Agustina e, reconheço, é uma narrativa notável. Trata da interdição, por loucura, da filha de Eduardo Coelho, o homem que fundou o «Diário de Notícias» e do controverso processo judicial que desencadeou. Mas trata de tudo isso com uma sensibilidade de alma que toca. Agustina diz que escreve livros como quem come cerejas. Cerejas doces, daquelas que o pardal debica, ferindo-lhe a polpa, cristalizando-se os açúcares.