segunda-feira, 14 de abril de 2025

O equilíbrio possível

 


Houve tempos em que vinha aqui com regularidade dar conta do que lia. Eram notas de leitura. Vejo que a última vez foi no dia 1 de Setembro do ano passado. Quando me encontro com constatações como esta, vejo que algo de absurdo ocorre no modo como organizo a vida, fruto de o dia ter apenas 24 horas.

Mas nunca é tarde para retomar caminho. 

Tenho lido, menos, mais devagar, mas tenho lido. O que não tenho é escrito sobre o que leio. 

Alguns dos livros entretanto lidos estão na estante, sublinhados e assim a denotar leitura minuciosa; só que a memória não retém quais foram e as estantes são muitas e extensas. Terei de fazer um exercício de rememoração para "retomar o fio à meada".

Estou naquelas fase da vida, a que surge com a idade, em que me pergunto, com seriedade, o que  já não terei tempo para ler e o aquilo ainda vale a pena ler. 

Pergunto-me isso sem hesitar, porém, quanto a valer a pena ler, quaisquer que sejam as circunstâncias. 

E, por isso, continuo a comprar livros, só que agora também a dar destino a muitos livros. 

Há colecções que formamos e o tempo se encarrega de tornar sem sentido, porque os livros são parte da vida vivida tendo-os como companhia.

E é isto. Terei de voltar aqui para dar sentido a ter criado este espaço. Para já, fica a má consciência e vontade de emenda, o que já é um bom augúrio.


P. S. A imagem é uma metáfora visual, o equilíbrio possível entre o breve sono e a extensa leitura