sexta-feira, 5 de agosto de 2005
Entre o céu e o inferno
O veículo parecia uma aeronave. O sistema de reservas acessível on line. Claro que lá dentro havia dois passageiros para o lugar nove, o lugar dez fora vendido duas vezes. A confusão ameaçava instalar-se. Entre o você desculpe eu tenho o bilhete desde ontem, ao desculpe mas é você que eu daqui não saio, o tom subia de registo. Antes que alguém largasse aos berros, um bébé afogueado desalmava-se a chorar. Chegou entretanto o passageiro para o lugar treze que, azar, estava ocupado por um passageiro com o mesmo número. Uma compreensão fingida e velhaca ante o mas isto anda ou ficamos aqui o dia todo, lá surgia, forçada. O bébé calou-se. Deixe estar, vou aqui para o dezoito! Desculpe mas esse não, porque é de nós os dois. Ómessa! Desculpe mas é vocemecê, mais a pata que o pôs, raios os sumam grandes aldrabões! Chama-se a isto Vale Paraíso. Da próxima, apanho a carreira do Inferno.