segunda-feira, 17 de outubro de 2005
A declinação do eu
Olhou-se ao espelho, mirando-se reflexamente, sorriu-se na condicional, e continuou na forma gerundiva. Ao sair de casa descobriu que a sua vida era a voz passiva, uma forma indirecta de viver sem ser sujeito. Vivido que estava o que havia para viver, indiferente ao predicado de si, tornou-se um infinito substantivado. Hoje não há gramática que o conjugue.