domingo, 11 de dezembro de 2005

Florbela: conhecer-me!

Eu sei que esta semana fez anos que nasceu a Floberla Espanca, que nasceu em Dezembro e em Dezembro quis morrer. Hoje, já longe da data, tenho comigo apenas um livro de contos que ela escreveu e peço-lhe ajuda para poder ter algo de digno a dizer. É pena, porque como disse a Ivette Kace Centeno, que prefaciou uma sua edição, «incomoda nos contos o fácil dos estereótipos». Mas nem tudo é mau neste momento residual de lembrar a tragédia de uma vida. É que nesse livro e nesse «prefácio», que melhor se chamaria de introdução, é lembrado um momento do seu «Diário do Último Ano» aquele em que Florbela configura a eventualidade de, quando enfim morrer, alguém ler aqueles seus «descosidos monólogos» e assim «realize o que eu não pude: conhecer-me». Por mim tentei, sem ser capaz e vim aqui dizê-lo, assim alguém me ajude.