quarta-feira, 11 de abril de 2007

Um só palavra

Reinaldo de Azevedo e Silva Ferreira, o repórter X, que morreu no dia quatro de Outubro de mil novecentos e trinta e cinco confessou, numa crónica ao jornal «O Diabo», então dirigido por Ferreira de Castro, o seu embaraço ao sentir-se «acartazado» em romancista policial.
Há muitas palavras que eu nem sabia que existiam na língua portuguesa, outras que se calhar nem existem mesmo: «acartazado» é uma delas.
Esta descobri-a, hoje de tarde, num consultório médico, ao ler o livro número setecentos da Colecção Vampiro, dedicada aos mestres da literatura policial, que amigavelmente publica, nesta sua edição comemorativa, as «Memórias de um chauffer de táxi».
Claro que se eu tivesse lido «A Estilística da Língua Portuguesa», de Manuel Rodrigues Lapa, já saberia que «numa simples palavra se pode resumir todo o universo». A ter de escolher, resumiria tudo num «obrigado», a tudo, a todos, a ti, mesmo à Colecção Vampiro, minha companhia de angústia.