segunda-feira, 8 de setembro de 2008

Cor de fogo

Dei-me finalmente uns minutos, depois de estar enclausurado a trabalhar desde a madrugada, para passar os olhos por uns momentos de literatura. E cá estou eu com 18 euros de José Régio, como ontem me queixei, como se não pagasse por um livro o que um drogado não paga por um chuto, mas cá estou, dizia, a ler 16,20€, preço FNAC, de cartas do e para o Vitorino Nemésio. Estou extasiado com aquele tempo em que se escrevia como se o tempo humano fosse o relógio da eternidade. Instalado em Montepllier, o autor de Mau Tempo no Canal comunica: «vem aqui quase todos os dias uma sueca de calções de marinheiro (ai o Botto!...] e blusa cor de fogo, que VV nem imaginam». Como tudo isto se compreende e sente desavergonhadamente.