sábado, 29 de novembro de 2008

A companhia esperançada

Voltei ao Ruben A., às suas memórias, ao livro O Mundo à minha procura. Terminara o volume segundo, arrastava-me pelo terceiro, interrompera-o. Recomecei hoje, umas folhas apenas. Chove copiosamente. Chego à busca de casa, às reticências de tia Teodora, talvez por uma coisa melhor, casa mais ao pé, ela que «esquecia-se que o Amor não pode esperar, é já, já, já» e assim, ei-lo, o homem que escreveria Silêncio para Quatro e que um fulminante ataque liquidaria, desgostoso de todos nós, na companhia esperançada de um segundo amor depois de tantos amores, de chaves na mão, na página trinta e cinco, livre trânsito ao desejo de casar, as chaves, enfim, do «albergue de um já já». Na Praça D. Pedro IV, na cidade do Porto.