sábado, 12 de dezembro de 2009

Memória da escrita



Fui encontrar-me com ele na tipografia. Começou por ser uma dúvida na cabeça, que é uma coisa que surge aquém da ideia, quando sentimos que a existência está muito depois da nossa possibilidade. Um dia transformou-se num atrevimento, que a força de vontade tornou continuação, as folhas a formarem-se, o sentido a tomar conta da narrativa e depois a teimosia das revisões, a releitura. Agora ali estava ele, no mundo industrial, na fábrica, entre óleos e tintas, operários em fato de ganga. Trouxe-o para casa em caixas de papelão.
Gostaria de o ter mostrado esta noite ao céu e às estrelas, apenas para dizer obrigado. Vim aqui fazê-lo. Tenho um livro escrito e a memória de o ter começado a escrever.