sábado, 11 de agosto de 2012
Memórias do Cárcere
Encontrei-o! Na Livraria Esperança no Funchal. Depois de ter tentado em vão em outros lugares. Depois de o meu amigo Abel ter procurado encontrá-lo para me obsequiar com ele: o livro As Memórias do Cárcere de Graciliano Ramos, livro inconcluso, originariamente editado por José Olympo, em 1953. Ficaram-me os olhos no exemplares da edição da Caminho, encadernados, em bom papel, letra mais legível, mas a diferença do custo para os que a Europa América editou era significativa.
Doeu-me ter hesitado por causa do preço e ter-me conformado com o mais barato, como quem dá consigo a uma esquina, mão estendida, a pedir livros. Mas há um momento em que tem de ser o bom senso a imperar, ou o conformismo revoltante.
Regressado, deixei-os em Lisboa, aos dois volumes, mais dois outros do mesmo magnífico autor. Esgotara já o que estava também na estante, o Vidas Secas, alcançados estes trepado num escadote. Na viagem li apenas o prefácio, de uma coragem e sensibilidade invulgares. De uma honradez que é exemplo.