sexta-feira, 22 de julho de 2005
Sequer
O dia de ontem não existiu. Ninguém o acredita, porque a roda do tempo não pára. Só que em cada um de todos nós, mesmo nos que não o sabem, vivem-se várias vidas, como as surpreendentes esferas concêntricas chinesas, umas dentro das outras. Para além da esfera exterior, a do mundo quotidiano, que julgamos ser o único real e por causa do qual acertamos o relógio, tudo o mais corre numa tal dimensão de intemporalidade que o vector tempo não lhe faz falta nem tem sentido. Por isso, ontem, o dia não existiu, sequer.