domingo, 4 de setembro de 2005

Fogo!

O painel era imenso, posto numa monótona auto-estrada, despida de árvores, tão seca que não havia nada para arder. Mas estava lá. O essencial dele era uma fotografia de uma mata ardida, tudo em tons desolados de cinza, com troncos carbonizados em evidência, para ilustrar o desastre de um incêndio. A legenda é que era de um ridículo total. Dizia, em tom melífluo, que uma beata jogada pela janela, «pode prejudicar a floresta». Assim mesmo «prejudicar», neste estilo, quase diria hesitante, timorato, como se falando timidamente de uma insignificância, diria a pedir desculpa de lembrar. Um aviso num canteiro a pedir para não pisar a relva era capaz de ser mais afirmativo. Com cartazes destes estamos todos incinerados!