sábado, 20 de dezembro de 2008
A arca
O livro chamou-se em romeno Tinerete fara de tinerete, em francês Le temps d'un centenaire, em inglês Youth without youth, em português, enfim, em cuja língua o li hoje, dia ferroviário, Uma segunda juventude.
Francis Ford Coppola fez com ele um filme.
É um romance mas podia ser um ensaio sobre a electrocussão e seu efeito no rejuvenescimento. Nele Mircea Eliade leva ao limite a ideia de que a guerra nuclear, erradicará da terra o homo sapiens em benefício de um ser geneticamente modificado para melhor em virtude da intensa descarga eléctrica. Antecipa-se assim o homem pós-histórico, um mundo que se desliga do seu passado, em que se arma e povoa a arca diluviana, esperança num mundo novo.
«A longevidade torna-se suportável e mesmo interessante apenas se previamente se descobriu a técnica dos prazeres simples», diz-se em certo momento. Uma frase destas vale um livro.