sábado, 31 de janeiro de 2009
O barómetro
O Finisterra do Carlos de Oliveira está a ser o meu barómetro quanto à capacidade de ler. O livro é pequeno mas progrido muito lentamente. Espanto-me sempre com aqueles leitores de alta velocidade, TGV's da literatura, os que estão sempre a reler clássicos em volumes de grande tomo e actualizadíssimos com o vient de paraître. Humano, dependente dos estados de alma e da meteorologia, leitor nos intervalos dos deveres e como fuga às obrigações, não consigo essas proezas na praça da maratona. Esta manhã, ainda por cima, doía-me a cabeça, «o sol agora mais lunar que as sete luas». Ainda só vou na página noventa e três. São cento e trinta e nove, na edição da Assírio & Alvim. Hei-de chegar ao fim. Leio-o linha a linha, cada palavra de sua vez, a irradiante luz da magnífica escrita a ofuscar-me o pensamento.