sábado, 24 de janeiro de 2009

O gérmen invasor

Há quem escreva sobre o que lê. Eu já escrevi sobre o que li. Hoje vou escrever sobre o que não consegui ler.
Tentei regressar ao Finisterra do Carlos Oliveira. O livro tinha ficado interrompido. Uma pequena marca, feita com o talão azulado de uma etiqueta, assinalava onde.
«A face dianólica de um facto esbarra na linha onde começa a outra face: celestial», diz o narrador. A duplicidade do real, a geometria submersa da realidade tornou-se-me hoje insuportável, como uma tendência mórbida para a indiferenciação.